quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Quero abraçar a causa da síndrome de Down', diz Miss Brasil 2013

Três dias após ter sido eleita Miss Brasil, a mato-grossense Jakelyne de Oliveira já decidiu qual causa social vai abraçar em seu ano com o título: a síndrome de Down. O assunto é muito próximo a Jakelyne, que tem uma irmã com a síndrome, Geovanna Cristina de Oliveira Matos, de 5 anos. “Quero expandir para a sociedade perceber que independentemente da síndrome, são pessoas que merecem todo o amor e carinho”, declarou a miss ao G1.
Jakelyne de Oliveira é natural deRondonópolis, município localizado a 218 km de Cuiabá, e conquistou o título nacional no sábado passado (28), em Belo Horizonte. Ela pretende começar seu trabalho pela causa o mais rapidamente possível para mostrar as dificuldades pelas quais crianças com síndrome de Down passam e ressaltar a importância de capacitar pessoas para lidar com os portadores. “A Geovanna é uma princesa linda. Essa é uma causa que me toca e eu quero abraçar. Já que eu não pude estar com ela durante o concurso, quero levantar essa causa em homenagem e divulgar onde eu for”, enfatizou.
A mãe, Silvia de Oliveira, relata que a escolha de Jakelyne em falar sobre a síndrome é devido à proximidade com a causa e pelo amor que ela tem pela irmã. As duas são muito ligadas porque Jakelyne cuidou da irmã por dois anos e meio para a mãe poder trabalhar. “A Jakelyne fez essa escolha do coração. Ela quer ajudar essa causa, explorar esse mundo até mesmo para ela entender melhor”, afirmou. “Ela já me disse que o que ela sente pela Geovanna não é amor de irmã, é algo mais, é inexplicável”, contou Silvia.
O namorado de Jakelyne, Tony Marques, confirmou que as irmãs são muito próximas. “Quando a gente viaja, a primeira pessoa que a Jakelyne quer ver na volta é a irmã”, afirmou. “No concurso de Miss Mato Grosso, a Geovanna gritava, torcia pela irmã na plateia. Ela ficou muito feliz com o título”, contou. Ao receber a notícia de que Jakelyne foi eleita Miss Brasil, Geovanna abraçou e beijou o jornal com a foto da irmã.
Além da síndrome de Down, Jakelyne de Oliveira declarou que pretende ajudar na divulgação do que há de melhor em seu estado. “Acho que esse título significa muito para a população de Mato Grosso. Quero dar ênfase no que há de melhor em nosso estado, as belezas, o turismo, a economia, para levar o nome de Mato Grosso o mais longe possível”, afirmou. Segundo a organização do concurso, Jakelyne é a terceira Miss a conquistar o título nacional pelo estado, mas a primeira que nasceu em Mato Grosso.
Durante o ano em que vai representar a beleza nacional, Jakelyne diz que quer ser lembrada por sua dedicação ao título e pelas causas sociais que vai abraçar. “Não quero ser lembrada só por ter sido a Miss Brasil 2013. Quero fazer história. Quero ser lembrada pelo meu trabalho, pelo meu esforço e dedicação”, afirmou.
Família como base
Desde que começou a disputar concursos de beleza em 2012, a família de Jakelyne acompanha de perto a carreira da mato-grossense. O namorado, que chegou a se afastar do emprego para acompanhar Jakelyne nos concursos, relatou a emoção de vê-la eleita Miss Brasil. “Tudo valeu a pena. Não há nada mais gratificante do que vê-la ganhar esse título”.  A vitória, a mãe atribui à simplicidade da filha. “O que eu ouvi nos bastidores foi que a simplicidade e a determinação dela conquistaram os jurados. Ela conseguiu passar essa imagem durante o concurso, teve muita simpatia e os jurados conseguiram sentir isso”, afirmou.

Desde que foi eleita Miss Brasil, Jakelyne teve pouco tempo com a família, apenas duas horas com o namorado e com a mãe no domingo (29). A família relata que a agenda da Miss é intensa, e que ela só conseguiu dormir um dia após o evento. A rotina de entrevistas, fotos e compromissos pelo título começaram logo após o concurso e devem durar pelo menos um ano, que ela vai passar em São Paulo (SP). Sexta-feira (4) ela deve voltar a Mato Grosso para alguns dias de folga e, depois disso, só terá tempo livre após o Miss Universo, que vai ser disputado em novembro, na Rússia.
Silvia de Oliveira relata que a filha ficou surpresa por ter que morar longe de casa e com a possibilidade de mudar de país, caso ganhe o Miss Universo. “A princípio ela assustou, menina nascida e criada aqui em Rondonópolis, já saiu algumas vezes, mas nunca morou fora”, explicou. A mãe se diz dividida entre a felicidade de ver a vitória da filha e a distância que isso vai gerar. “Estou feliz e ao mesmo tempo receosa pela distância, mas vou tentar conciliar as coisas”, afirmou. Segundo a mãe, a partir de agora Jakelyne terá alguns dias de folga por mês. No restante do tempo, vai cumprir a agenda de Miss.
A família espera poder acompanhar Jakelyne durante o Miss Universo para dar apoio. Durante o concurso em Belo Horizonte, apenas a mãe, uma tia, o namorado e um casal de amigos, estavam na plateia. Poucas pessoas comparado às outras candidatas, que chegaram a levar caravanas, mas o suficiente para dar mais segurança à mato-grossense. “Vamos tentar acompanhar porque sabemos que esse apoio é importante e dá mais segurança para ela durante o desfile”, afirmou.
Jakelyne de Oliveira tem apenas 20 anos e não planejava ser Miss, mas em 2012 ela trancou a faculdade de engenharia agrícola e ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para participar dos concursos. Desde então não perdeu nenhum concurso e já ganhou cinco títulos.

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