sábado, 21 de julho de 2012

"Não temos cachorro em casa, mas agora já faz parte dos nossos planos"


Queli Cristina Silva, 28, é mãe de Ana Júlia Silva, 7
Há quase dois anos, Ana Júlia Silva, 7, vivia um mundo à parte. Como a maioria das crianças autistas, seu comportamento era introspectivo e solitário. Mas tudo mudou quando ela conheceu Filó, cachorra da raça pug. Troca de carinho, latidas de atenção e demais brincadeiras tornaram as duas amigas quase inseparáveis.

A relação surgiu a partir do programa de atendimento oferecido pela ONG Terapia Assistida por Cães (TAC), que presta serviços em projetos sociais nas áreas da saúde humana. Desde 2009, a organizacão atende crianças autistas em parceria com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, de São Paulo
Queli Cristina Silva, 28, é mãe de Ana Júlia Silva, 7
"Os animais incentivam o contato social e a comunicação de forma mais efetiva e isso é muito bom para acelerar os benefícios do tratamento com autistas", afirma a psicóloga e voluntária do projeto Ana Luísa Penteado.
"Maravilhoso" é o termo mais usado pela mãe de Ana, Cristina, 28, ao contar satisfeita os resultados visíveis no comportamento da sua filha.

DEPOIMENTO A TATIANE RIBEIRO
"A Filó mostra o mundo para a Ana Júlia e ela passa a interagir. Essa troca surtiu efeitos logo na primeira semana, quando ela aceitou ficar sozinha com a cachorra e a terapeuta. A partir daquele momento, eu acreditei que o avanço no tratamento deixava de engatinhar e passaria a correr.
Ao ter que pedir os objetos para a cachorra, a comunicação da minha filha melhorou muito. A expressão corporal e a fala se desenvolveram. Agora, ela já diz frases prontas, o que antes não acontecia. Isso a ajuda muito em casa e também na escola.
A Ana Júlia entendeu que, para conseguir que a Filó atendesse aos pedidos dela, era preciso olhar, dizer e dar recompensas. Da mesma forma, agora ela olha nos nossos olhos e diz o que quer. Esses avanços são maravilhosos.
Muitas vezes a Ana Júlia projetou na Filó coisas que aconteciam com ela própria, como, por exemplo, colocar a cachorra de castigo e dizer que foi porque fez escândalo no mercado. A partir disso, era mais fácil trabalhar aquele tema e mostrar uma melhor forma de se expressar. Tudo por intermédio da pug.
Ao interpretar esses ensinamentos no dia a dia, aconteceram muitas mudanças na parte educacional. A Ana Júlia entendeu que é por meio da conversa que se consegue o que quer.
Hoje ela é uma criança totalmente diferente. Passou a ser mais carinhosa com toda família, a demonstrar mais amor, aprendeu a dividir. É uma terapia maravilhosa!
Apesar do contato com a Filó ser apenas uma vez por semana, é como se ela fosse da família. Não temos cachorro em casa, mas agora já faz parte dos nossos planos."

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